AMAZÔNIA, MEIO AMBIENTE E CAPITAL
Por: Arão Marques da Silva[1]
A extração indiscriminada
das riquezas naturais pelo modo de produção capitalista está quebrando o
equilíbrio e a auto-sustentabilidade entre a natureza e o homem. Este fenômeno ameaça
a sobrevivência da humanidade. A ação às vezes irracional das elites detentora
de poder político e econômico sobre a natureza e a cultura dos povos da
floresta; levado ao desequilíbrio dos ecossistemas. Para o modo de produção
capitalista, os povos da floresta, assim como, as riquezas naturais são
mercadorias. Ou seja, homem e natureza são apropriados a custo baixo pelos os
donos dos meios de produção.
O trabalho e a ação humana que
transforma a natureza para a sobrevivência da sociedade. Mas para que o
trabalho cumpre essa finalidade de sustentar e humanizar, a sociedade deve
trabalhar de forma sustentável, garantindo o equilíbrio do ambiente natural e
social.
Neste contexto, o economista Roberto Santos define a
ação do modo de produção capitalista na Amazônia: “[...] O capitalismo e seus agentes
executam com completa insensibilidade as operações reputadas necessárias contra
as sociedades cujo aparelho de defesa seja frágil. Se for preciso, para atingir
os alvos do regime, lançar mão dos meios ilegítimos, as normas mais elementares
do convívio humano passam a ser violadas. Se for preciso injustiçar, haverá
injustiças; se for preciso derrubar valores de autopreservação, eles serão
derrubados; se for preciso matar, haverá mortes; se for preciso saquear, haverá
saques, e assim por diante” (Santos, 1980, p. 161).
Como vimos, o modo de produção
capitalista utiliza os meios disponíveis a fim de promover a espoliação e a
pauperização do homem. As ferramentas que o modo de produção se apropria para
explorar o trabalhador tem com base uma superestrutura jurídica que é
responsável pela elaboração das leis que vão auxiliar a burguesia na exploração
das riquezas naturais e na compra da mão do trabalhador a preço baixo.
Por isso, se for preciso ele derruba valores e
conceito para legitimar a espoliação do ser humano, este serão demolidos.
“[...] A ética que o sistema capitalista tem utilizado na Amazônia,
fundamentam-se na ganância e no desejo de acumulação cada vez mais de capital,
onde o forte domina o fraco, isso possibilitou o enriquecimento de uma pequena
parcela da população na Amazônia” (Santos, 1980, p. 162).
Portanto, é essa ação que possibilita
a apropriação do excedente da produção pelos donos dos meios de produção. A racionalidade econômica fundamenta-se na
cultura da mais-valia. O capital
acumulado pelo burguês é conseqüência das horas de trabalhado não pago ao
proletário. Mas na contramão desta política econômica de
exploração da Amazônia, existem os movimentos de defesa do meio ambiente, que
lutam pela sobrevivência do ecossistema amazônico, entendendo que a vida das
gerações atuais e futuras depende da Amazônia. Preservar é cuidar: tantos das
pessoas como do meio ambiente. É uma responsabilidade ética, econômica, social
e política que deve ser assumida pela natureza humana.
Fontes:
SANTOS, Roberto Araújo de
Oliveira. História Econômica da Amazônia. São Paulo, Queiroz,
1980.
[1] O autor deste ensaio
é cientista social (sociólogo) com pós-graduação latu-sensu em Tecnologias,
Linguagem e Educação Inclusiva pela UFPA; docente na rede de ensino da
disciplina Sociologia na E.E.E.M. Euclydes Figueiredo, SEDUC-PA.
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